domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!



Conto de Páscoa

Sentado na beira da calçada , com um ovo de chocolate pequenino nas mãos , olhar sério , aquele menino se pôs a imaginar. Havia muitas coisas que ele não entendia, por mais que tentasse.

Durante a semana toda, na escola, na rua , em casa , em todos os lugares só se ouvia falar de Páscoa , coelhinho e ovos de chocolate. A professora até colocou Jesus no meio da história, mas só aumentou a sua confusão; ele não conseguia organizar o pensamento. Jesus não é aquele que nasceu no Natal? Faz tão pouquinho tempo, e ele já morreu??!! 

Não, decididamente ele não entendia nada . Não sabia exatamente o que uma coisa tinha a ver com a outra. Afinal de contas, por que comemorar, se Jesus morreu? Por que os ovos são de chocolate? E o coelho, o que ele faz nessa história?

Complicaaadooo!!!! Separava somente as coisas que entendia , e sabia o que era..

Entendia que estava esperando ganhar um ovo bem grande, daqueles que tinha visto na televisão, embrulhado num papel brilhante e com um laço de fita vermelha , que não veio, e ele sabia por quê: o dinheiro não deu.

Ele sabia. Nem seu pai e nem sua mãe tinham prometido dar-lhe um ovo de páscoa; e ele sabia, também, que o coelhinho não o trazia para ninguém. Então, como é que ele poderia satisfazer a sua vontade de comer chocolate? Como ia passar o domingo de páscoa sem comer ovo de páscoa? E a idéia veio assim, de repente!!! Por que não???

Foi até o primeiro semáforo daquela movimentada avenida e, quando o sinal ficava vermelho ele se lançava entre os carros e ia pedindo: 

"Moço, dá um ovo de páscoa pra mim?"

"Senhor, poderia me dar um ovo de páscoa?" 

"Moça , dá um ovo de chocolate pra mim?" 

Assim, ia pedindo e ouvindo as mais esfarrapadas respostas, quando alguém respondia .

Até que, enfim, parou um carro velho, todo manchado de ferrugem. Dentro, um homem com cara de bravo ... Ele tomou coragem, foi até lá e arriscou o mesmo pedido: 

"Moço , eu quero um ovo de páscoa" .

E qual não foi sua surpresa quando aquele homem pegou, no banco do passageiro, um embrulhinho e lho estendeu pelo vidro.

"Brigado, moço!!!"

E saiu em disparada.

De volta à sua calçada, ele olhou o ovinho e sorriu feliz. Afinal, agora ele comemoraria a Páscoa.


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